Jornada do discipulado de Cristo
De fato estamos navegando pelas Estações da Fé, creio que entender em qual estação estamos em nosso caminhar diário com Jesus é a bússola que aponta o nosso norte e nos mantém na rota certa. Afinal sentir-se perdido é frustrante e caótico.
Vamos lá!
No relato registrado no Evangelho de Lucas, especificamente nos versículos 23 e 24 do capítulo 9, encontramos uma narrativa rica que mostra as etapas fundamentais do discipulado cristão.
Essas etapas, ou “estações”, oferecem uma visão profunda e significativa sobre o que implica seguir a Cristo, naqueles dias os discípulos eram identificados como “os do caminho”, que nome apropriado para aqueles que estamos seguindo o mestre na caminhada diária rumo a impactar e transformar as nações por amor a Cristo.
Vamos explorar cada uma dessas estações com mais profundidade que se encontram no versículo 23.
Primeira estação. Sair da Multidão (Crer): O início da jornada do discipulado requer uma decisão ousada e corajosa de se destacar da multidão. Este passo não é apenas sobre aceitar intelectualmente a existência de Cristo, mas sobre um compromisso profundo de seguir seus ensinamentos e exemplo de vida. É um convite pessoal, íntimo e transformador, no qual cada indivíduo é desafiado a deixar para trás a segurança e a conveniência da multidão (sistema) e se lançar em uma jornada de fé e obediência. A primeira marca de um discípulo de Jesus é que ele deixou a multidão.
Segunda estação. Renunciando a Si Mesmo (metanoia, transformação da mente e da cultura pessoal): O próximo estágio da jornada envolve um processo contínuo de negação do eu em favor da vontade e dos propósitos de Cristo. Isso não se resume apenas a abandonar hábitos pecaminosos, mas também a renunciar às próprias ambições, pensamentos, desejos e planos em busca da vontade soberana de Deus. É uma batalha interna constante entre a natureza humana inclinada ao egoísmo narcisista e o chamado divino à santidade e à busca pela imagem de Cristo.
Terceira estação. A Profundidade do Significado da Cruz (Propósito): A cruz, símbolo central do cristianismo, transcende sua função histórica como instrumento de punição e morte. Ela representa o ápice do propósito divino de redenção e reconciliação entre Deus e a humanidade. Além disso, a cruz é um convite para cada discípulo abraçar sua própria jornada de cruz, não apenas como um fardo a ser suportado, mas como um instrumento de transformação e cumprimento do propósito divino em suas vidas. Descobrir e abraçar esse propósito é o cerne do discipulado autêntico e comprometido. É importante saber que a sua cruz é diária, ela significa o propósito que Deus designou para sua vida, isso é andar na agenda de Deus cumprindo seu propósito na terra. A oração de Jesus “venha Teu reino, seja feita a Sua vontade na terra como ela é feita no céu” é a bússola para nos guiar no entendimento do porque temos uma cruz diária.
Quarta estação – Seguindo Jesus (Vida Abundante na Agenda de Cristo): A última estação da jornada é uma chamada para uma intimidade profunda e constante com Cristo. É transcender a superficialidade da religião e mergulhar nas profundezas do relacionamento com o Mestre, buscando em sua palavra as revelações diárias para nossa vida. Seguir Jesus não é apenas aderir a um conjunto de crenças ou práticas religiosas, mas comprometer-se com uma vida de imitação e conformidade com seu exemplo e ensinamentos. É abraçar uma existência radicalmente centrada em Cristo, onde cada aspecto da vida é permeado pela sua presença e influência. Sua vida é digna de imitação? Esse é um convite para nos parecermos com Cristo, e lembre-se Jesus tem uma causa e uma missão, não é apenas um convite para uma vida “correntinha” além do caráter parecer-se com Jesus requer causa e andar na sua agenda. Quem não atende esse chamado também está com seu caráter comprometido.
Conclusão: O caminho do discipulado é uma jornada exigente e desafiadora, mas também profundamente gratificante e transformadora. É uma jornada que nos chama a abandonar nossas seguranças e confortos terrenos em favor de uma busca incessante pela presença e vontade de Deus. Aqueles que escolhem seguir esse caminho podem encontrar-se confrontados com o medo, a incerteza e a adversidade, mas também experimentarão uma vida abundante e plenamente realizada, encontrada apenas na entrega total e incondicional a Cristo. Que possamos, portanto, abraçar essa jornada com fé, coragem e determinação, confiantes de que aqueles que perdem suas vidas por amor a Cristo, de fato, as encontrarão em sua plenitude.