Lidando com os conflitos
No capítulo 17 de Lucas, Jesus nos ensina sobre a maneira correta de lidar com conflitos: “Se o seu irmão pecar, repreenda-o e, se ele se arrepender, perdoe-lhe”. É importante observar que o primeiro passo é identificar quando as pessoas pecam contra nós ou nos “ferem”. Ao fazer isso, devemos analisar as motivações pessoais e os sentimentos envolvidos nesse conflito. Como cristãos maduros, somos chamados a não nos ofender facilmente, Jesus afirma que “é impossível, mas as ofensas virão.” devemos estar prontos para perdoar quando vemos os frutos de arrependimento.
Não somos acusados ou reprimidos por Deus quando julgamos os erros daqueles que agem contra nós, muitos crentes usam do falso argumento para não julgarmos as atitudes das pessoas, isso não é a verdade. Porém é inevitável que as pessoas cometam erros conosco e possam nos decepcionar, mesmo nas melhores relações. É impressionante como, mesmo quando buscamos fazer o que é certo pelas pessoas, ainda sim cometemos erros. Aqueles que estão liderando pessoas sabem como isso ocorre com certa frequência. Essa consciência pode nos ajudar a entender que estamos cercados de momentos incertos e que precisamos saber lidar adequadamente com cada um deles, especialmente na resolução de conflitos. Os conflitos irão surgir e somos convidados a dar o primeiro passo em direção a ele e iniciar o diálogo.
Continuando a aprendizagem referente ao versículo mencionado acima, o segundo passo é identificar o conflito e não fugir dele, e isso se chama repreensão. É um ensinamento bíblico importante que nos mostra que não devemos evitar os conflitos, mas sim buscar uma forma de resolução ou deixar claro para a pessoa que sua atitude é reprovável. Podemos aprender com Jesus, que nos mostra esse modelo em vários momentos de seu ministério. No entanto, é importante lembrar que o arrependimento é uma escolha individual e pessoal. Não temos garantias de que, mesmo após confrontá-las, elas mudarão. Isso é algo que está nas mãos das pessoas e que não podemos controlar. No entanto, não devemos usar esse pensamento como desculpa para evitar conversas difíceis em nossas relações. A Palavra de Deus claramente nos mostra como devemos agir diante do fracasso das pessoas e como devemos lidar pessoalmente com nossos sentimentos diante dos desafios da comunicação interpessoal.
Além disso, é importante destacar que, ao lidar com a resolução de conflitos, é comum evitarmos as chamadas “conversas difíceis” devido às dificuldades de encarar frente a frente o conflito, existe um sentimento forte por trás disso que nos lidera para a fuga. Muitas vezes, acabamos “fugindo” da situação e perdemos a oportunidade de comunicar de forma clara que certas atitudes não estão corretas na relação, deixando de oferecer à pessoa a chance de crescer. É interessante observar que, mesmo que alguns discordem da ideia de que estão fugindo, é possível afirmar que elas simplesmente ignoram a situação e optam pelo silêncio, criando uma espécie de local de segurança onde acreditam que todos os conflitos desaparecerão com o passar do tempo, isso nos lidera para o pior lugar imaginável chamado de indiferença. Essa abordagem de evitar o confronto e buscar o silêncio não é a mais eficaz para resolver os conflitos, certamente quando as pessoas estão estressadas é melhor esperar ambas as partes se acalmarem e após esse momento retomar a conversa. Ao contrário, essa atitude pode resultar em ressentimentos, mal-entendidos persistentes e um distanciamento cada vez maior entre as pessoas envolvidas. O silêncio pode parecer confortável no curto prazo, mas acaba criando um ambiente tóxico de falta de comunicação e estagnação nas relações.
Muitas das pessoas com quem converso sobre esses desafios parecem estar presas de alguma forma, principalmente devido a sentimentos de insegurança. A frase que mais ouço é: “O que a pessoa vai pensar de mim?” ou “E se a pessoa não me ouvir ou me ignorar?”. Por trás dessas palavras e pensamentos, está a falta de aceitação pessoal. Infelizmente, muitas vezes agimos e pensamos dessa maneira para manter relacionamentos, mesmo que não sejam saudáveis. E, ao fazer isso, frequentemente perdemos a oportunidade de repreender as pessoas e ajudá-las em seu processo de crescimento. É fundamental que analisemos sempre nossas motivações ao repreender alguém, pois quando a repreensão é motivada pela justiça própria e não busca o coração de Deus para amar e investir nas pessoas, acaba sendo desastroso. Somos chamados a falar a verdade em amor, a realidade é que o amor bíblico deveria ser a base para todas as relações saudáveis.